Resumo de Literatura PAS 1



O Trovadorismo foi um movimento literário que surgiu na Idade Média no século XI, na região da Provença (sul da França). Ele se espalhou por toda a Europa e teve seu declínio no século XIV, quando começou o humanismo.
A Idade Média foi um longo período da história que esteve marcado por uma sociedade religiosa. Nele, a Igreja Católica dominava inteiramente a Europa.
Nesse contexto, o teocentrismo (Deus no centro do mundo) foi sua principal característica. Sendo assim, o homem ocupava um lugar secundário e estava à mercê dos valores cristãos.
Dessa maneira, a igreja medieval era a instituição social mais importante e a maior representante da fé cristã. Ela que ditava os valores e assim, agia diretamente no comportamento e no pensamento do homem.
Esse sistema, chamado de feudal, estava baseado numa sociedade rural e autossuficiente. Nele, o camponês vivia miseravelmente e a propriedade de terra dava liberdade e poder. Naquele momento, somente as pessoas da Igreja sabiam ler e tinham acesso à educação.


Trovadorismo em Portugal
Na Península Ibérica, o centro irradiador do Trovadorismo foi na região que compreende o norte de Portugal e a Galiza.
Assim, a Catedral de Santiago de Compostela, centro de peregrinação religiosa, desde o século XI, atraía multidões. Ali, as cantigas trovadorescas eram cantadas em galego-português, língua falada na região.
Os trovadores provençais eram considerados os melhores da época, e seu estilo foi imitado em toda a parte.
O Trovadorismo português teve seu apogeu nos séculos XII e XIII, entrando em declínio no século XIV.
O rei D. Dinis (1261-1325) foi um grande incentivador que prestigiou a produção poética em sua corte. Foi ele próprio um dos mais talentosos trovadores medievais com uma produção de 140 cantigas líricas e satíricas aproximadamente.
Além dele, outros trovadores obtiverem grande destaque: Paio Soares de Taveirós, João Soares Paiva, João Garcia de Guilhade e Martim Codax.
Nessa época, as poesias eram feitas para serem cantadas ao som de instrumentos musicais. Geralmente, eram acompanhadas por flauta, viola, alaúde, e daí o nome “cantigas”.
O cantor dessas composições era chamado de "jogral" e o autor era o "trovador". Já o "menestrel", era considerado superior ao jogral por ter mais instrução e habilidade artística, pois sabia tocar e cantar.















O que é?

Você viu que o Trovadorismo foi o período de produção literária da Idade Média marcado pelas cantigas, que eram cantadas (acompanhadas de música).

Da cantiga para a poesia palaciana
Depois de um tempo, as cantigas deixaram de existir e foram substituídas por poesias mais elaboradas, que deixaram de ser cantadas e passaram a ser escritas. Essas poesias se restringiam aos palácios e às pessoas mais nobres e cultas. Por isso, esse tipo de poesia era chamado de poesia palaciana. Ou seja: no Trovadorismo, as poesias eram cantadas (cantigas) pelos trovadores. No Humanismo, a poesia deixou de ser acompanhada de música e ficou mais elaborada e mais culta (poesia palaciana).
Período de Transição
O Humanismo também é o período da história da Literatura Portuguesa situado entre a Idade Média e a Idade Moderna (Renascimento). O que vemos aqui é um momento onde o ser humano procura se valorizar mais, ou seja: o Teocentrismo (Deus no centro de tudo) e o domínio da Igreja Católica são substituídos pelo Antropocentrismo (o homem no centro de tudo). É uma época de grandes avanços científicos (destaque para Galileu, que provou a teoria heliocêntrica, dizendo que o sol é o centro do sistema planetário) e, assim, o homem passa a ser mais racional (Racionalismo).
Tipos de textos escritos no Humanismo:

Poesia Palaciana (Poesia Lírica): como nós já vimos, é uma  poesia mais elaborada do que as cantigas do Trovadorismo. É caracterizada por: redondilhas (maior e menor), ambiguidades, aliterações, assonâncias, figuras de linguagem. A visão da mulher continua sendo idealizada, porém existe mais sensualidade e intimidade. Os sentimentos do eu-lírico são mais aprofundados.
Crônicas de Fernão Lopes (Prosa): Crônicas que relatavam os acontecimentos históricos de Portugal. Fernão Lopes soube conciliar os fatos históricos às técnicas de narração com qualidade literária. Suas principais obras foram: "Crônica d’El-Rei D. Pedro", "Crônica d’El-Rei D. Fernando" e "Crônica d’El-Rei D. João I".

Gil Vicente (teatro): início do teatro leigo (desvinculado do teatro cristão). Teatro rústico e primitivo, que critica o homem e os seus costumes com o propósito de reformá-los (teatro moralizante e reformador). Destaques: Auto da Barca do Inferno, Auto da Lusitânia, Farsa de Inês Pereira.
Esclarecendo: os autos são peças teatrais que abordam principalmente a temática religiosa. Já as farsas são peças de caráter cômico. São mais curtas e são baseadas no cotidiano.
Portanto, de modo geral, podemos destacar esses três aspectos no Humanismo: Gil Vicente (teatro moralizante que critica a sociedade), Poesia Palaciana (mais sensual e elaborada do que as cantigas do Trovadorismo) e Fernão Lopes (crônicas históricas com qualidade literária).












CLASSICISMO (1527 - 1580 )

Classicismo: é a face literária do Renascimento, movimento de renovação científica, artística e cultural que marca o fim da Idade Média e o nascimento da Idade Moderna na Europa. O Renascimento é fruto do crescimento gradativo da burguesia comercial e das atividades econômicas entre as cidades europeias.
Portugal
O Classicismo português começa em 1527, quando o poeta Francisco Sá de Miranda retorna da Itália a Portugal com ideias de renovação literária (caso do soneto, nova forma de composição poética).

O Trovadorismo foi o período literário da Idade Média e o Classicismo foi o período literário da época do Renascimento (Idade Moderna). Entre esses dois períodos há um momento de transição chamado de Humanismo.
O que você precisa saber sobre o Renascimento

A doutrina da Igreja Católica dominou a vida do povo durante a Idade Média. Agora, na Idade Moderna, a Igreja vive a crise da Reforma Protestante e entra em choque com a evolução científica, que passa a considerar o homem como o centro do universo (antropocentrismo) ao invés de Deus (teocentrismo), além de exaltar o pensamento baseado na razão (racionalismo). Portanto, o homem passa a ser valorizado e, além disso, há uma volta à antiga cultura clássica da Grécia e da Roma antiga (daí vem o nome "Renascimento"), trazendo a mitologia e seus deuses de volta (paganismo). É por isso que nas pinturas renascentistas é bem comum vermos as pessoas sem roupa (valorização do corpo humano), além das figuras mitológicas (como a deusa Vênus, que aparece na pintura abaixo).

Pintura do Renascimento

O período literário dessa época é chamado de "Classicismo" justamente por todas essas características do Renascimento: antropocentrismo (o homem no centro de tudo), racionalismo (valorização da razão) e paganismo (mitologia grega e romana). Era a época também das Grandes
Navegações (universalismo: o homem rompe fronteiras e conquista o resto do mundo) e o grande destaque literário do período foi Luís de Camões, que escreveu Os Lusíadas, um poema épico que gira em torno da expansão de Portugal nas Grandes Navegações.

Camões




Os Lusíadas

"Os Lusíadas" era a obra que representava o Renascimento, pois falava a respeito do povo heroico português que foi desbravar o mar, que descobriu o novo continente (antropocentrismo e universalismo). O herói é o povo português (e não apenas os marinheiros que desbravaram o mar). Os portugueses avançaram contra os mares desconhecidos, esmagaram as superstições dos monstros invisíveis que habitavam as águas e redesenharam os mapas do mundo.

A obra é uma "epopeia", ou seja, um poema épico de grandes proporções que narra o heroísmo e a bravura dos marinheiros portugueses que foram conquistar o mundo.

A característica da mitologia grega também aparece na obra de Camões. Vários deuses aparecem em "Os Lusíadas": Apolo, Baco, Neptuno, Júpiter, Vênus, entre outros. Há uma parte do poema onde Camões pede inspiração às "ninfas do rio Tejo" para poder escrever, o que não deixa de ser uma característica mitológica.

Estrutura
De modo geral, o poema é dividido em cinco partes:
1) Proposição: Camões mostra o assunto de seu poema, dizendo que vai escrever sobre uma viagem de Vasco da Gama às Índias, além de exaltar a glória do povo português em sua expansão pelo mundo, espalhando a fé cristã (a obra mistura mitologia com cristianismo).
2) Invocação: Camões pede às Tágides (musas mitológicas que ficam no rio Tejo) inspiração para escrever.

3) Dedicatória: Camões dedica o livro ao rei de Portugal, dedicando as linhas do canto 6 ao 17 só pra isso. Camões diz ao rei (dom Sebastião) que confia a continuação das glórias  e das conquistas do povo que estão sendo narradas no livro.
4) Narração: é o enredo em si.
5) Epílogo: Finalmente, Camões termina a sua obra com o epílogo. Nessa parte, o poeta fica triste ao observar a realidade, não vendo mais as glórias e as conquistas no futuro de seu povo.

Poesia Lírica

Além do poema épico (Os Lusíadas), Camões também escrevia poesias líricas (que é a poesia "normal" como a gente conhece: poesia com sentimento, onde o autor dá voz a um Eu-Lírico). As poesias líricas de Camões eram escritas na medida velha (redondilhas) e seus versos eram decassílabos. O grande destaque de suas poesias líricas eram os seus sonetos (uma modalidade específica de poesia formada por quatro estrofes: duas de quatro versos e duas de três versos).

Camões
Mais importante autor do período em Portugal, Luís de Camões apresenta uma biografia incerta e cheia de aventura. Uma das poucas certezas sobre sua vida é que foi soldado e perdeu o olho direito combatendo na África. Sua produção poética foi rica e variada, abrangendo poesia lírica e épica.

Poesia épica
Em 1572, Camões publica Os Lusíadas, poema que celebrava feitos marítimos e guerreiros recentes de Portugal. O livro também narra a história do país (de sua fundação mítica até o período histórico).
O herói do poema é o próprio povo português e o enredo gira em torno da viagem de Vasco da Gama na busca de um novo caminho para as Índias. Escrito em dez cantos, Os Lusíadas tem 1.102 estrofes (compostas em oitava-rima e versos decassílabos) e cinco partes.
Poesia lírica
Camões escreveu sua poesia lírica com versos na medida velha (versos redondilhos) e na medida nova (versos decassílabos). É no soneto, contudo, que a lírica camoniana alcança seu ponto mais alto: quer pela estrutura tipicamente silogística, quer pela constante dualidade entre o amor material e o amor idealizado (platônico).

Com o que ficar atento?
O Renascimento envolveu um movimento intelectual que incentivou a recuperação de valores e modelos da antiguidade clássica greco-romana. Isso desencadeou importantes transformações políticas e econômicas na sociedade.







QUINHENTISMO (1500-1601)


O Quinhentismo representa a primeira manifestação literária no Brasil que também ficou conhecida como "literatura de informação".
É um período literário que reúne relatos de viagem com características informativas e descritivas. São textos que descrevem as terras descobertas pelos portugueses no século XVI, desde a fauna, a flora e o povo.
Vale lembrar que o Quinhentismo brasileiro ocorreu paralelo ao Classicismo português e o nome do período refere-se a data de início: 1500.

QUINHENTISMO NO BRASIL
Com a chegada dos portugueses em território brasileiro em 1500, as terras encontradas foram relatadas pelos escrivães que acompanhavam os navios.
Assim, a literatura de informação foi produzida pelos viajantes no início do século XVI, no período do Descobrimento do Brasil e das Grandes navegações.
Além disso, os jesuítas, responsáveis por catequizarem os índios, criaram uma nova categoria de textos que fizeram parte do quinhentismo: a "literatura de catequese".
Os principais cronistas desse período são: Pero Vaz de Caminha, Pero Magalhães Gândavo, Padre manuel da Nóbrega e Padre José de Anchieta.

Literatura jesuítica: também chamada de literatura de catequese, teve como objetivo a conversão dos índios à fé cristã. Constitui-se de textos escritos por missionários jesuítas e tem como expoente máximo Padre José de Anchieta (1534 -1597) – que produziu, além de peças de teatro e poemas, uma gramática da língua tupi.
Literatura informativa: descreve e cataloga a nova terra e o povo que nela habitava. Surgiu com a necessidade de colonizar o território e teve como objetivo apresentar aos cidadãos da metrópole os benefícios que desfrutariam caso resolvessem se mudar para a América.



CARACTERÍSTICAS DO QUINHENTISMO
A exaltação da terra exótica e exuberante seria sua principal característica, marcada pelos adjetivos, quase sempre empregados no superlativo. Esse ufanismo e exaltação do Brasil seria a principal semente do sentimento nativista, que ganharia força no século XVII, durante as primeiras manifestações contra a Metrópole. O quinhentismo tem, como tema central, os próprios objetivos da expansão marítima: a conquista material, relacionada com as Grandes Navegações, e a conquista espiritual, resultante da política portuguesa da Contrarreforma e representada pela literatura jesuítica da Companhia de Jesus. O nome quinhentismo vem da época em que o movimento literário surgiu no Brasil, esses movimentos literários aconteceram por volta de 1500 quando os portugueses chegaram às ilhas brasileiras, embora a primeira carta escrita em solo brasileiro por Pero Vaz fosse uma carta escrita por um europeu, ela ficou conhecida como o marco inicial da literatura de Informação no Brasil
Resumindo:
Crônicas de viagens
Textos descritivos e informativos
Conquista material e espiritual
Linguagem simples
Utilização de adjetivos

AUTORES E OBRAS DO QUINHENTISMO
Muitos viajantes e jesuítas contribuíram com seus relatos para informar aos que estavam do outro lado do Atlântico suas impressões acerca da nova terra encontrada.
Por isso, muitos dos textos que compõem a literatura quinhentista, possuem forte pessoalidade, ou seja, as impressões de cada autor. A obra desse período que mais se destaca é a "Carta de Pero Vaz de Caminha" ao Rei de Portugal.

PERO VAZ DE CAMINHA (1450-1500)
Escrivão-mor da esquadra liderada por Pedro Álvares Cabral (1468-1520), Pero Vaz de Caminha, escritor e vereador português, registrou suas primeiras impressões acerca das terras brasileiras. Fez isso por meio da "Carta de Achamento do Brasil" datada de 1.º de maio de 1500.
A Carta de Pero Vaz de Caminha, escrita para o Rei de Portugal, D. Manuel, é considerada o marco inicial da Literatura Brasileira, visto ser o primeiro documento escrito sobre a história do Brasil.
Seu conteúdo aborda os primeiros contatos dos lusitanos com os indígenas brasileiros, bem como as informações e impressões sobre a descoberta das novas terras.

JOSÉ DE ANCHIETA (1534-1597)
José de Anchieta foi historiador, gramático, poeta, teatrólogo e um padre jesuíta espanhol. No Brasil, ele teve a função de catequizar os índios sendo um defensor desse povo contra os abusos dos colonizadores portugueses.
Dessa maneira, ele aprendeu a língua tupi e desenvolveu a primeira gramática da língua indígena, chamada de "Língua Geral".
Suas principais obras são "Arte de gramática da língua mais usada na costa do Brasil" (1595) e "Poema à virgem".
A obra do Padre José de Anchieta só foi totalmente publicada no Brasil na segunda metade do século XX.

PERO DE MAGALHÃES GÂNDAVO (1540-1580)
Pero de Magalhães foi gramático, professor, historiador e cronista português. Ficou conhecido pelos relatos que fez sobre a fauna, a flora e a dimensão das terras brasileiras em seu livro "História da província de Santa Cruz a que vulgarmente chamamos de Brasil".
Além dos animais distintos e das plantas exóticas, ele descreve sobre os povos indígenas e a descoberta do Brasil por Pedro Álvares Cabral. Outra obra que merece destaque é "O Tratado da Terra do Brasil" (1576).

MANUEL DA NÓBREGA (1517-1570)
Padre Manuel da Nóbrega foi um jesuíta português e chefe da primeira missão jesuítica à América: Armada de Tomé de Sousa (1549). Participou da primeira missa realizada no Brasil e da fundação das cidades de Salvador e Rio de Janeiro.
Seu trabalho no Brasil foi de catequizar os índios e suas obras que merecem destaque são:
"Informação da Terra do Brasil" (1549);
"Diálogo sobre a conversão do gentio" (1557);
"Tratado contra a Antropofagia" (1559).


QUESTÕES DE VESTIBULAR

1. (Fuvest) Entende-se por Literatura Informativa no Brasil:
a) o conjunto de relatos de viajantes e missionários europeus, sobre a natureza e o homem brasileiros.
b) a história dos jesuítas que aqui estiveram no século XVI.
c) as obras escritas com a finalidade de catequese do indígena.
d) os poemas do padre José de Anchieta.
e) os sonetos de Gregório de Matos.

2. (UFSM) Sobre a literatura produzida no primeiro século da vida colonial brasileira, é correto afirmar que:
a) É formada principalmente de poemas narrativos e textos dramáticos que visavam à catequese.
b) Inicia com Prosopopeia, de Bento Teixeira.
c) É constituída por documentos que informam acerca da terra brasileira e pela literatura jesuítica.
d) Os textos que a constituem apresentam evidente preocupação artística e pedagógica.
e) Descreve com fidelidade e sem idealizações a terra e o homem, ao relatar as condições encontradas no Novo Mundo.

3. (UNISA) A “literatura jesuíta”, nos primórdios de nossa história:
a) tem grande valor informativo;
b) marca nossa maturação clássica;
c) visa à catequese do índio, à instrução do colono e sua assistência religiosa e moral;
d) está a serviço do poder real;
e) tem fortes doses nacionalistas.

GABARITO
1) Alternativa a) o conjunto de relatos de viajantes e missionários europeus, sobre a natureza e o homem brasileiros.
2) Alternativa c) É constituída por documentos que informam acerca da terra brasileira e pela literatura jesuítica.
3) Alternativa c) visa à catequese do índio, à instrução do colono e sua assistência religiosa e moral;



BARROCO (1600-1750)

O Barroco é um estilo que dominou a arquitetura, a pintura, a literatura e a música na Europa do século XVII.
Por isso, toda a cultura desse período, incluindo costumes, valores e relações sociais, é chamada de "barroca".
Essa época surgiu no final do Renascimento e manifestava-se através de grande ostentação e extravagância entre os grupos beneficiados pelas riquezas da colonização.

CONTEXTO HISTÓRICO: RESUMO
O Concílio de Trento, realizado de 1545 a 1563, causou grandes reformas no Catolicismo, em resposta à Reforma Protestante de Martinho Lutero. Assim, a autoridade da Igreja de Roma foi vigorosamente reafirmada, depois de perder muitos fiéis.
A Companhia de Jesus, reconhecida pelo papa em 1540, passa a dominar quase que inteiramente o ensino. Ela exerceu um papel importante na difusão do pensamento católico aprovado no Concílio de Trento.
A Inquisição que se estabeleceu na Espanha a partir de 1480 e em Portugal a partir de 1536, ameaçava a liberdade de pensamento. O clima era de austeridade e repressão.
Foi nesse contexto que se desenvolveu o movimento artístico chamado Barroco, numa arte eclesiástica que desejava propagar a fé católica.
Em nenhuma época se produziu um número tão grande de igrejas e capelas, estátuas de santos e monumentos sepulcrais.
Em quase todas as partes, a Igreja se associava ao Estado. Assim, a arquitetura barroca, antes só religiosa, surge também na construção de palácios, com o objetivo de causar admiração e poder.

O Barroco é uma escola artística que se desenvolve no século XVI, após as Reformas Religiosas. A Igreja Católica tinha perdido muito do seu poder, mas ainda dominava a Europa nos pontos de vista políticos, econômicos e religiosos. É nesse contexto que surge o Barroco, mostrando o contraste entre o teocentrismo da Idade Média com o antropocentrismo do Renascimento. As obras barrocas são rebuscadas, detalhadas, sofisticadas e expressam a vida e as emoções do ser humano, sendo marcadas por antíteses (claro e escuro, vida e morte, tristeza e alegria).

BARROCO EM PORTUGAL

Em Portugal o Barroco vai de 1508 a 1756. Padre Antônio Vieira é o principal autor do Barroco literário em Portugal, mas passou a maior parte de sua vida no Brasil.
Sua Principal obra "Os Sermões", constituem um mundo rico e contraditório. Revelam sua inteligência voltada para as coisas sacras e, simultaneamente, para a vida social portuguesa e brasileira.
Vieira foi uma espécie de cronista da história imediata. Assim, ele elaborava os sermões dentro da técnica medieval, deslindando as metáforas da linguagem bíblica.
Além de Vieira, merecem destaque: o padre Manuel Bernardes, D. Francisco Manuel de Melo, Francisco Rodrigues Lobo, soror Mariana Alcoforado e Antônio José da Silva.



CARACTERÍSTICAS DO BARROCO
As principais características que marcaram o período barroco foram:
Arte rebuscada e exagerada;
Valorização do detalhe;
Dualismo e contradições;
Obscuridade, complexidade e sensualismo;
Barroco literário: cultismo e conceptismo.

BARROCO NO BRASIL
O Barroco no Brasil tem início no final do século XVII. No país, essa tendência artística teve grande destaque na arquitetura, escultura, pintura e literatura.
Na literatura, o marco inicial do barroco é a publicação da obra “Prosopopeia” (1601) de Bento Teixeira. Na escultura e arquitetura, Aleijadinho foi sem dúvida um dos maiores artistas barrocos brasileiros.



CONTEXTO HISTÓRICO: RESUMO
Influenciado pelo barroco português, no Brasil este estilo se desenvolveu durante o período colonial no chamado “Século de Ouro”.
Foi durante o ciclo do ouro que a exploração desse minério foi a principal atividade econômica desenvolvida no país. Minas Gerais foi o grande foco onde muitas jazidas foram encontradas.
Nessa época, a primeira capital do Brasil, Salvador, foi transferida para o Rio de Janeiro.
Diante disso, o número de habitantes no Brasil aumentou consideravelmente o que propiciou uma época de forte desenvolvimento econômico no país. No barroco mineiro, merece destaque o escultor e arquiteto brasileiro: Aleijadinho.
 
Aleijadinho  e uma de suas principais obras – Carregamento da Cruz.


CARACTERÍSTICAS DO BARROCO
As principais características do barroco brasileiro são:
Linguagem dramática;
Racionalismo;
Exagero e rebuscamento;
Uso de figuras de linguagem;
União do religioso e do profano;
Arte dualista;
Jogo de contrastes;
Valorização dos detalhes;
Cultismo (jogo de palavras);
Conceptismo (jogo de ideias).


PRINCIPAIS AUTORES E OBRAS

Os principais autores e obras escritas no Brasil são:
Bento Teixeira (1561-1618): autor de “Prosopopeia” (1601), poema épico com 94 estrofes que exalta a obra de Jorge de Albuquerque Coelho, terceiro donatário da capitania de Pernambuco.

Gregório de Matos (1633-1696): um dos maiores representantes da literatura barroco no Brasil, que se destacou com sua poesia lírica, religiosa, erótica e satírica. Gregório foi um dos maiores poetas brasileiros do período do Barroco. Além de poeta, Gregório foi advogado durante o período colonial.
É conhecido como o “Boca do Inferno”, sendo famoso por seus sonetos satíricos, donde ataca, muitas vezes, a sociedade baiana da época.
Dono de uma personalidade rebelde, Gregório criticou diversos aspectos da sociedade, do governo e da Igreja Católica. Por esse motivo, foi perseguido pela Inquisição e condenado ao degredo em Angola no ano de 1694.

Poesia Lírica: dualismo amoroso (carne X espírito), que leva a um sentimento de culpa cristão. A mulher é a personificação do pecado e da perdição espiritual (morte). O apelo sensorial do corpo se contrapõe ao ideal religioso. O poeta fica dividido entre o pecado (representado na mulher) e o espírito (cristianismo).
Poesia Religiosa: obedece aos fundamentos do Barroco europeu. Temas: amor a Deus, culpa, arrependimento, pecado, perdão. Linguagem culta, com inversões e muitas figuras de linguagem.
Poesia Filosófica: desconcerto do mundo, consciência da transitoriedade da vida e do tempo (carpe diem).
Poesia Satírica: Criticou todas as classes da sociedade baiana de seu tempo. Linguagem diversificada, com termos indígenas, africanos, palavrões, gírias e expressões locais.


Manuel Botelho de Oliveira (1636-1711): foi o primeiro brasileiro a publicar versos no estilo barroco. De sua obra destaca-se: “Música do Parnaso” (1705).

Frei Vicente de Salvador (1564-1636): historiógrafo e o primeiro prosador do país. De sua obra destacam-se: “História do Brasil” e “História da Custódia do Brasil”.

Frei Manuel da Santa Maria de Itaparica (1704-1768): autor de “Eustáquios” e “Descrição da Ilha de Itaparica”.

ARCADISMO OU NEOCLASSICISMO (1768-1836)



As caraterísticas do arcadismo refletem a simplicidade por meio da exaltação na natureza proposta pelos arcadistas. Dessa forma, os escritores árcades estavam preocupados em demostrar uma vida simples e tranquila, longe dos centros urbanos.
Partindo de um desejo bucólico , o Arcadismo estava sempre em busca pelos valores da Natureza, fazia muitas referências a terra e ao mundo natural. Os poetas dessa escola costumavam escrever sobre as belezas do campo, a tranquilidade que era proporcionada pela natureza e contemplavam a vida simples, desprezando a vida nos grandes centros urbanos, assim como também a agitação e os problemas das pessoas que viviam nesses lugares. Quando os representantes árcades moravam na zona urbana, iam sempre ao encontro com a natureza para purificar suas almas com os ares leves do campo.
Para os árcades, a arte greco-romana era considerada um modelo de perfeição, equilíbrio, beleza e simplicidade. Foi assim que as fortes influências desses povos conquistaram os moldes neoclassicistas ao que se refere à temática, às regras de composição e também no predomínio das figuras mitológicas. A mitologia pagã acabou servindo como elemento estético para os árcades.


ORIGEM DO ARCADISMO
O Arcadismo é uma escola literária que surgiu na Europa no século XVIII durante a Revolução Industrial, sendo influenciada pelos ideais iluministas e o progresso tecnológico e científico.
Também chamado de Setecentismo ou Neoclassicismo, essa manifestação literária é marcada pela temática cotidiana, o bucolismo e o retorno às tradições clássicas.
O nome desse movimento literário está associado às Arcádias, ou seja, as sociedades literárias da época. De tal modo, os poetas se reuniam nas arcádias com o intuito de discutir as novas características literárias do movimento, refutando as ideias da escola anterior: o barroco.
Os autores árcades, muitas vezes considerados "falsos", buscavam o distanciamento da escola literária anterior, ou seja, o Barroco, permeado de exageros e excessos.
Assim, utilizavam muitos pseudônimos e, em sua maioria, esses nomes artísticos, eram baseados nos pastores da poesia grega ou latina. Isso explica a presença da mitologia greco-romana e do pastoralismo.
Importante notar que os temas recorrentes não correspondiam com a realidade e, por esse motivo, os escritores árcades são considerados “fingidores poéticos”.
No Brasil, o Arcadismo tem como marco inicial a publicação de “Obras Poéticas”, de Cláudio Manuel da Costa, em 1768. Já em Portugal, o arcadismo começa em 1756 com a fundação da Arcádia Lusitânia na capital do país: Lisboa




PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
Oposição ao Barroco
Inspiração Iluminista
Equilíbrio e busca da perfeição
Racionalismo, bucolismo e pastoralismo
Retomada dos valores clássicos (greco-romano)
Idealização da mulher
Pureza e ingenuidade humana
Linguagem simples e objetiva
Figuras mitológicas
Uso de pseudônimos (fingimento poético)
Preferência por sonetos
Temática cotidiana
Valores da natureza



ACONTECIMENTOS NO MUNDO
Durante o século XVIII o mundo passava por diversas mudanças, tais como o Iluminismo, o progresso das ciências, a Independência dos Estados Unidos, além de várias revoluções, até mesmo no Brasil, em busca de mais independência. Um marco especial foi a Revolução Francesa no ano de 1789, que marcou o fim da Idade Moderna e início da Idade Contemporânea. O território brasileiro foi palco da Inconfidência Mineira durante o período arcaico.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

ANEXOS DO EDITAL DO PAS UNB - PAS - (Isenção) - Quais eu devo utilizar?

EDITAL PAS UNB 2018